segunda-feira, 1 de junho de 2009

SÍLVIO BARBATO, o encontro ficou para outro dia!

Elena Fioretti falou com ele, Sílvio, na quinta. Era sobre a idéia do encontro que teríamos aqui no Rio, ainda quando ela estivesse aqui, até domingo. Como só cheguei tarde na sexta, Nena confirmou que falou com Sílvio, e iria falar com Lu. Não foi possível. A se confirmar o desaparecimento do avião, e seus passageiros, (esperança ainda pode ser mantida até que se achem os destroços), perdemos, sem querer, uma grande oportunidade. Mantenho, ou mantinha, com "Barbato", como gosto de chama-lo, uma conversa de tempos em tempos. A última vez, entre suas viagens internacionais, fomos tomar um vinho no Shopping da Gávea, perto da casa dele. Como eu estava num período pós-separação, histórias, experiências e casos de Silvio, sempre pontuadas de irreverência e bom humor, forum fundamentais, para que me mantivesse absolutamente calmo durante todo o período de separação. Vez por outra, encontro ( ou encontrava) "o Maestro" aqui no Bar Kuwait, na Treze de Maio, perto do Municipal. Muitas vezes cheguei lá para almoçar, prestes ao encerramento e me encontrei com Silvio. Além dos laços de Marista, sempre tive com Barbato laços dos músicos, de Renato Vasconcelos, Rodolfo Batera, Renato Manfredini, o Maia guitarrista, etc. Eu mesmo nunca fui músico. Era uma galera que se reunia, uns mais, outros menos, em torno da casa do Cacá, irmão do Renato Vasconcelos, lá em Brasília. Para que não lembra, Silvio, todos mais ou menos com quinze ou dezesseis anos, abriu o show da Rita Lee, no ginásio do Maristinha. A guitarra, se a memória não falhar, era branca. Com calça boca "cocota", que era o que a maioria usava na época. Em uma de nossas últimas reuniões do grupo ex-Marista de Brasília, aqui no Rio, o Maestro divertiu a todos e "escandalizou "alegremente a Fátima ao contar aspectos de sua viagem com o filho de 17 e os amigos dos filhos, lá pela Europa. Tem fotografia, e dista uns seis meses. Acaso seja confirmado o fim do meu, e nosso amigo Barbato, precoce e sem explicação, como para todo um contingente de passageiros do avião, e seus familiares, quero propor que desde já, se minimizem as oportunidades de nos encontrarmos, que por esse ou aquele motivo, perdemos ou estamos perdendo. Ora dessas nos encontramos, Sílvio. Vai com fé, meu amigo, reger, com bom humor, em outros lugares.
HUMBERTO ADAMI www.adami.adv.br
xxx www.iara.org.br Mon, 01 Jun 2009 18:26:56 -0000, "Carlos Eduardo Keller Santos" escreveu: http://br.groups.yahoo.com/group/maristaobsb7476/

Caros amigos É com muita emoção e tristeza que li a pouco na lista de passageiros do voo Air France 447 o nome de nosso amigo Sílvio Barbato. Estendo meu pesar a todos voces que puderam conviver com ele. Um abraço Keller

http://oglobo.globo.com/blogs/clubedomaestro/#191598

Silvio Barbato: a perda irreparável da música na tragédia aérea

O maestro Silvio Barbato estava no voo da Air France desaparecido sobre o Atlântico na noite de ontem. Uma tragédia para todos, de todas as nacionalidades. Mas uma perda imensa, jovem, talentosa e promissora para a música brasileira. Este é um voo sempre cheio de músicos e artistas; eu mesmo já me encontrei, indo ou vindo, com o próprio Silvio e com Ernani Aguiar.

Silvio Barbato era compositor e regente. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Diretor Artístico do Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília. Santoro foi o grande mestre e incentivador de Silvio Barbato que estudou também no Conservatório Giuseppe Verdi em Milão, onde recebeu o diploma de Alta Composição na classe de Azio Corghi. Freqüentou a classe de Franco Ferrara e colaborou com o maestro Romano Gandolfi no Teatro Alla Scala. Em Chicago, realizou seu PhD em Ópera Italiana sob a orientação de Philip Gossett. Em 2006 Silvio estreou sua ópera "O Cientista", sobre o cientista Oswaldo Cruz.

A morte operou seu ridículo, seu grotesco, sua falta de gosto e de humor, sua violenta interrupção de promessas, buscas e esforços, sua sempre precoce diagonal de tudo o quanto importa. A morte foi outra vez injusta, violenta, inescrupulosa, deselegante, sempre como sua fidelíssima e vagabunda imitadora – a estupidez.

Fica dele essa imagem sorridente de um artista realizador, e a memória da música que ele, generoso, semeou entre nós.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adami...
Por favor... Leia a última ária do "Cientista" do Barbatto... é impressionante o relato que ele faz do "homem perdido no mar"


Eduardo Perrone

perrone@superig.com.br