quinta-feira, 9 de julho de 2009

Bancos dizem que querem aumentar contratação de negros

Bancos dizem que querem aumentar contratação de negros
O Programa de Valorização da Diversidade no Setor Bancário poderá servir de exemplo para outras áreas. O diretor de Relações Institucionais da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Mário Sérgio Vasconcellos, apresentou ontem à Comissão de Direitos Humanos e Minorias os resultados das ações da entidade para promover a igualdade de oportunidades, incluindo no mercado de trabalho mais negros, mulheres e pessoas com deficiência. Desenvolvido há três anos, o programa já mostra resultados. Uma pesquisa feita com metade dos 400 mil trabalhadores demonstra que os negros já representam 19% dos bancários. E 66,5% deles foram contratados nos últimos três anos. Vasconcellos esclarece que, para chegar a esse percentual, foram necessárias diversas ações afirmativas. "São as campanhas que os bancos fazem em suas áreas de recursos humanos no treinamento, nos programas de supervisão, nos programas de tutoria e nos convênios com entidades para recrutar esse tipo de público. É um conjunto de ações; não existe uma iniciativa isolada que consiga resolver o problema", ressaltou. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Luiz Couto (PT-PB), acredita que essa experiência possa ser levada a outras áreas. "O avanço tem de ocorrer em outros setores da iniciativa privada e do próprio governo, das Forças Armadas. O Ministério Público do Trabalho já tem uma ação com os supermercados, onde há um grande volume de funcionários. É uma aprendizagem. A postura de diálogo para encontrar saídas é o fator mais importante", avalia. Números O índice de negros no setor bancário ainda é inferior ao do restante do mercado (31,9%), mas a Febraban garante que as ações terão continuidade. No caso dos deficientes físicos, a lei determina que os bancos reservem 5% das vagas para eles, mas segundo a Febraban apenas 3% foram preenchidas. Uma parceria com a prefeitura de São Paulo, no entanto, tenta formar profissionais para as cerca de 4 mil vagas ainda disponíveis. Já entre as mulheres, a questão salarial ainda é o problema. As bancárias ganham 78,6% do salário dos colegas homens. A situação delas, entretanto, é melhor que a das demais mulheres, que ganham em torno de 60% do salário dos homens no mercado de trabalho formal. De acordo com a Febraban, o censo entre os bancários será repetido a cada dois anos e novas ações serão propostas conforme os resultados. Notícias relacionadas: Debatedores pedem o fim da desigualdade racial em bancos Projeto reserva 20% das vagas em empresas para negros Reportagem - Geórgia Moraes/Rádio Câmara Edição - João Pitella Junior (Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara') Agência Câmara Tel. (61) 3216.1851/3216.1852 Fax. (61) 3216.1856 E-mail:agencia@camara.gov.

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