quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Faltaria o palhaço - por Humberto Adami

É interessante fazer o contraponto entre o artigo do Demétrio Maggnolli "Fora da lei", publicado em O Globo, recentemente, e sua resposta, "O incomodo da Democracia", publicado no Correio Braziliense, de autoria do Ministro Edson Santos. Demétrio reclama de tudo e de todos, só encontrando razão em seu deturpado pensamento, ou em algumas "línguas de aluguel", como classificou Reginaldo Bispo, recentemente, em seu artigo "Fora da lei é o Magnolli". Todos artigos mencionados constam aqui do Blog de Humberto Adami. As tais "línguas" devem ser "militonas", também. E faltam com a verdade. Demétrio já me acusou, injustamente, de ter organizado a invasão dos lançamentos de seus livros em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Militão já disse ter sido expulso da lista de direito e discriminação racial, na internet, por causa de suas manifestações e opiniões. Nada mais inverídico do que ambos. Chamar um Ministro do STF e um ministro de Estado de "armadores de circo", é uma falta de respeito. Primeiro, com os próprios mencionados, ambos autoridades constituídas da República, que conduzem suas tarefas com esmero, zelo e dedicação. Segundo, com as instituições que representam, condignamente. Terceiro, com todas as pessoas, entidades e público em geral ,que se preparam para a audiência pública do STF sobre ação afirmativa. Em grande e democrático evento e transmitido on line. Demétrio e seu mais novo amigo de infância, o advogado Militão, devem estar consternados pois a agenda do STF não se dispos a fazer o que o articulista costuma fazer nas páginas de O Globo: blasfemar, incondicionalmente, outros atores do debate, como fez com o Professor Kabengele Munanga, ou se auto-atribuir importância intelectual, que não se lhe reconhece, inclusive na comunidade acadêmica, e ainda mais a partir de seu papel de sucessor de Ali Kamel., como 'metralhador anticotista'. Sem direito de resposta, que é como bem pertine aos antidemocráticos. Bem fez o Ministro Ricardo Lewandovski em não permitir a participação do "Professor" Magnolli na audiência, e que deve ter motivado a reclamação desesperada de Demétrio, nas páginas de O Globo, por não poder divulgar o tal livro da Gota de Sangue durante a audiência pública. Preju hein, Demétrio? Com isso recusou a idéia de "circo", propalada pelo Magnolli e sua turma, pois não se permitiu a entrada do palhaço-mor. E seus seguidores, a maioria em seus 15 minutos de aparição pública, desde que se dedicaram à cruzada anticotas. A lista da audiência tem especialistas que ajudarão os Ministros a entender e a julgar o complexo assunto que é a ação afirmativa no Brasil. Há eminentes professores, que baseados em pesquisas de fato, no mundo acadêmico, informarão aos Ministros do STF, quais os verdadeiros resultados de muitas experiências em andamento em suas universidades. Com tranquilidade, fatos e pesquisas de verdade. Destaca-se, ao contrário de Demétrio, o ingresso das centrais sindicais em bloco, ainda que tardio, no debate da ação afirmativa, que deve avançar pela luta do combate da desigualdade racial no mundo do mercado de trabalho. Muitos ficaram de fora da audiência no STF pois simplesmente não cabia todo mundo no prédio do Supremo. A se lamentar a ausencia da UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, (e que ainda pode ser retificada), que não consta na lista, e que é a primeira universidade brasileira a implementar o regime de cotas para negros no Brasil, e que tem uma das mais antigas e exitosas experiências no tema: a formatura dos cotistas, por sete anos. Como afirmou o Reitor da UERJ, Ricardo Vieiralves, em recente audiência com quem estive, a "UERJ merecia estar lá e ainda receber uma medalha, pois foi a partir de sua coragem, que o debate das cotas se implantou em todo o Brasil". Humberto Adami http://humbertoadami.blogspot.com/2010/02/faltaria-o-palhaco.html

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