quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Editora retira termos racistas de romance americano

R7

05/01/2010 – 18h13

Editora retira termos racistas de romance americano

A reedição de um famoso livro do escritor Mark Twain, As Aventuras de Huckleberry Finn, está gerando polêmica e uma discussão sobre censura nos Estados Unidos. O romance, publicado em 1884, ganhará neste ano uma versão em que todas as citações do termo “nigger”, considerado ofensivo aos negros no idioma inglês, serão substituídos pela palavra “slave” (escravo).

Segundo o jornal britânico The Guardian, “nigger” aparece mais de 200 vezes na obra, que narra as aventuras de um menino ao logo do rio Mississippi em meados do século 19. O termo “injun”, usado para se referir aos índios de maneira pejorativa, também será substituído.

A editora NewSouth Books, responsável pela publicação, afirmou que o objetivo é facilitar a inclusão da obra seja mais aceita nas escolas. Muitas dessas instituições retiraram o livro de seu currículo por causa dos termos racistas.

Ainda segundo a NewSouth, a mudança foi sugeria por um dos maiores estudiosos de Twain, o professor Alan Gribben, da Universidade de Auburn, nos Estados Unidos.

- Nós podemos aplaudir a habilidade de Twain como um importante escritor realista americano ao registrar a maneira de falar de uma região particular em um período histórico específico. Mas insultos raciais abusivos, que permitem diferentes conotações de permanente inferioridade, causam repulsa nos leitores dos dias de hoje.

Ainda de acordo com o Guardian, Twain foi “um crítico apaixonado do racismo americano e doou dinheiro a diversas organizações civis”. E seu livro, que agora tem o termo censurado, também combatia o preconceito racial.

A nova edição de As Aventuras de Huckleberry Finn, é alvo de uma série de críticas em sites, blogs e no meio literário americano. Mas a controvérsia em torno de sua linguagem não é nova. O livro ocupa a quinta posição em uma lista de obras mais banidas ou contestadas nos Estados Unidos na década de 1990. Segundo o Guardian, caiu para a 14ª posição na década passada.

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