segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ministro repete Lula e pede perdão a africanos


O Estado de S. Paulo
Ministro repete Lula e pede perdão a africanos
Gilberto Carvalho, que representa o governo no Fórum Social, imita gesto de ex-presidente em 2005 e faz mea culpa por escravidão
Andrei Netto - O Estado de S.Paulo
O governo voltou a pedir ontem, em Dacar, no Senegal, desculpas oficiais pela escravidão no Brasil, cinco anos depois do primeiro mea culpa feito pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005. Desta vez, o autor do pedido foi o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que discursou na abertura da 11.ª edição do Fórum Social Mundial (FSM), na capital senegalesa.
O pronunciamento foi feito no campus da Universidade Cheikh Anta Diop, onde serão realizadas a maior parte das conferências do fórum. Carvalho, que lidera a delegação brasileira, composta pela ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e pela ministra de Políticas de Promoção de igualdade racial, Luiza Helena de Bairros, além de 30 outros assessores, falou logo após o presidente da Bolívia, Evo Morales. Além de políticos, a plateia incluía sindicalistas, militantes de organizações não governamentais e ativistas antiglobalização.
"Somos milhões de trabalhadores, operários, camponeses, estudantes, servidores públicos com a esperança de que outro mundo é possível", afirmou Carvalho, abrindo sua fala com o slogan do fórum. A seguir, voltou seu discurso para a questão racial. "Para nosso orgulho, hoje os afrodescendentes já são maioria da nossa população." E continuou: "Eu venho, como já disse o presidente Lula, pedir perdão; perdão aos irmãos africanos por esse processo de escravidão."
Um primeiro pedido de desculpas pela escravidão já fora feito por Lula na Ilha de Gorée, também no Senegal, em abril de 2005. "Eu queria dizer ao presidente (do Senegal, Abdulaye) Wade, ao povo do Senegal e da África, que não tenho responsabilidade pelo que aconteceu nos séculos 16, 17 e 18, mas que é uma boa política dizer ao povo do Senegal e da África perdão pelo que fizemos aos negros", afirmou Lula na ocasião.

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