segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CNJ monitora processos que estão parados na Justiça


JUSTIÇA PLENA

CNJ monitora processos que estão parados na Justiça

O sistema eletrônico de monitoramento dos processos incluídos no programa Justiça Plena estará disponível no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na próxima semana. A ferramenta foi concluída nesta sexta-feira (28/1) e a previsão é que a equipe do programa finalize a seleção dos primeiros 100 processos até o fim de fevereiro. Lançado em novembro de 2001, o Justiça Plena pretende monitorar o andamento de processos de grande repercussão social que estão parados no Judiciário.
"Com o sistema no site, qualquer pessoa vai poder acompanhar essas ações, onde elas tramitam, as providências que estão sendo tomadas e o motivo da demora do julgamento, com exceção dos casos que estejam sob segredo de Justiça", destacou Erivaldo Ribeiro dos Santos, juiz-auxiliar do CNJ. Ele explicou ainda que o sistema será alimentado gradativamente.
Até o momento, já foram selecionados 12 processos, entre Ações Civis Públicas, ações populares, processos em defesa do direito do consumidor e ambientais, processos criminais. Alguns levaram o Brasil a ser denunciado na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). As indicações estão sendo feitas pela Secretaria de Direitos Humanos, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo Conselho Nacional de Ministério Público (CNMP), pela Procuradoria de Defesa do Cidadão, por Defensorias Públicas e pela Advocacia-Geral da União.
Ceci Cunha 
Um dos casos de maior repercussão é o que trata do assassinato da deputada federal de Alagoas Ceci Cunha. Segundo o CNJ, o processo tramita há 12 anos, devido a conflitos de competência entre a Justiça Federal e Estadual e inúmeros recursos interpostos pelos réus. Mesmo após a confissão de participantes do assassinato e a conclusão da investigação, ainda não teve um desfecho na Justiça e os réus aguardam em liberdade.
Ceci Cunha foi assassinada no dia 16 de dezembro de 1998, por pistoleiros, na casa de sua irmã, por motivações políticas, na chamada chacina da Gruta. O deputado Talvane Albuquerque (PTN), suplente de Ceci na Câmara, foi acusado de ser o mandante do crime, e foi iniciado um processo no Superior Tribunal de Justiça para julgá-lo. Após a perda do mandato de Talvane, o processo foi remetido para a Justiça Estadual, com os demais réus envolvidos no crime.
O juízo estadual de Alagoas determinou que o caso fosse a júri popular, mas o Tribunal de Justiça de Alagoas, ao analisar recurso, decidiu que o caso seria de competência da Justiça Federal. Na esfera federal de primeiro grau, foi determinado o júri popular de cinco réus em 2007. Mas um recurso proposto no Tribunal Federal da 5ª Região parou o processo. Em 2008, o TRF-5 confirmou a decisão de levar o caso a júri popular, mas os réus interpuseram oito recursos. O STJ concedeu Habeas Corpus aos réus e o processo retornou à Justiça Estadual. O TJ-AL reconheceu novamente a competência da Justiça Federal.
Casos na Corte de Direitos Humanos 
O CNJ está celebrando acordo para que seja encerramento o Caso 12.673, em trâmite na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que trata do assassinato do sindicalista José Dutra, conhecido como Dezinho, em 21 de novembro de 2000, no município de Rondon do Pará (PA), decorrente de conflitos agrários na região. Dezinho era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) local. Sua A viúva, Maria Joel Dias da Costa, também chegou a ser ameaçada, assim como outros dirigentes do sindicato.
Wellington de Jesus Silva foi condenado pelo tribunal do júri em novembro de 2006 e novamente em abril de 2007, em um segundo julgamento. No dia 18 de dezembro de 2007, ele teve autorização da Juíza da Vara de Execuções Penais de Belém, Tânia Batistello, para passar o fim de ano fora da prisão e nunca mais retornou.
Os intermediários do crime, Ygoismar Mariano e Rogério Dias, tiveram suas prisões preventivas decretadas, mas não foram capturados. Um terceiro intermediário, Domício Neto, chegou a ser preso pela Polícia Federal, mas foi impronunciado e posto em liberdade pelo juiz de Rondon do Pará. O acusado de ser mandante do crime, José Décio Barroso Nunes, responde o processo em liberdade.
Outro processo que resultou em denúncia contra o Brasil no órgão internacional e que será acompanhado pela Corregedoria Nacional é o do paciente psiquiátrico Damião Ximenes Lopes, morto por maus-tratos na Casa de Repouso Guararapes de Sobral, no Ceará, em 1999, após diversos episódios de tortura. A Corte Interamericana determinou, em 2006, que o Estado brasileiro pagasse, no prazo de um ano, indenização a familiares da vítima por danos materiais e imateriais, e que garanta, em um prazo razoável, a conclusão do processo judicial para julgar os responsáveis pela morte de Damião.
Também serão acompanhados crimes ocorridos em Pernambuco, como o que deixou Roselândio Borges Serrano tetraplégico, depois de ter sido baleado pelas costas, por policiais militares, na favela de Peixinhos, perto de Olinda, e o que trata da violência praticada contra Edson Damião Calixto, que em 1991 foi detido, espancado e baleado por policiais Militares, em Recife.
O caso Escher, no Paraná, também será monitorado pelo Justiça Plena. O caso trata do uso de interceptações telefônicas ilegais contra integrantes de associações de trabalhadores rurais ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Sob análise 
A OAB indicou o processo sobre a morte de fiscais do trabalho em Unaí, em Minas Gerais. O crime ocorreu em janeiro de 2004. José Alberto de Castro e Hugo Alves Pimenta foram denunciados pelo envolvimento no assassinato de três auditores fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego. Em agosto, o Ministério Público ofereceu denúncia contra oito pessoas e, em dezembro, foi determinado que os suspeitos fossem a júri popular. A partir daí, foi apresentada uma infinidade de recursos. O Tribunal Federal da 1ª Região negou todos. Inclusive rejeitou embargos e negou agravos para que os recursos fossem analisados pelo STJ.
Projeto 
A ideia do projeto nasceu da intenção da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, de que o CNJ não tenha apenas um papel de fiscalização disciplinar da atividade jurisdicional, mas também de atuação na gestão dos tribunais. Dessa forma, o Justiça Plena é um incentivo para acelerar processos importantes que estão parados na Justiça.
O projeto oferece apoio para o cumprimento da função jurisdicional sem interferir na independência e na função do juiz. A ajuda pode ser oferecida, por exemplo, quando o juiz tem dificuldade em realizar uma perícia complexa ou cara ou quando há dificuldades para se encerrar a instrução do processo.
"O tempo razoável de tramitação é difícil de dimensionar. No caso do processo da deputada Ceci Cunha, que já dura 12 anos, não há razoabilidade, os réus não foram nem pronunciados. Essa demora significa negar a prestação jurisdicional", observou o juiz-auxiliar Erivaldo Ribeiro dos Santos. Ele acredita que existam processos mais antigos tramitando pelo país e que serão incluídos na lista de monitoramento.
Também não há um prazo para que os processos sejam acompanhados, pois as ações ganham rumos imprevisíveis, de acordo com Santos. "Os processos serão acompanhados até que o problema que estava travando a sua tramitação seja vencido." A equipe que analisa os casos e cuida do projeto é composta por servidores da Corregedoria Nacional de Justiça. Estão à frente dos trabalhos, além de Santos, a juíza Agamenilde Dias e os conselheiros Jefferson Kravchychyn, Paulo Tamburini e José Adônis Callou de Araújo.
LUDMILA SANTOS é repórter da revista Consultor Jurídico.

Jornal Hoje - Vídeos - Menino de 10 anos é vítima de preconceito em supermercado de São Paulo

Humberto Adami Santos Junior Jornal Hoje - Vídeos - Menino de 10 anos é vítima de preconceito em supermercado de São Paulo g1.globo.com O garoto foi obrigado pelos seguranças a tirar a roupa para provar que não havia roubado nada. Ele estava com uma nota fiscal dos produtos que havia comprado. http://g1.globo.com/videos/jornal-hoje/v/menino-de-10-anos-e-vitima-de-preconceito-em-supermercado-de-sao-paulo/1421732/

sábado, 29 de janeiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

IVLP GOLD STARS’ TOUR: ALUMNI CONNECTING THE WORLD

Office of International Visitors
Bureau of Educational and Cultural Affairs
U.S. Department of State
INTERNATIONAL VISITOR LEADERSHIP PROGRAM
IVLP GOLD STARS’ TOUR: ALUMNI CONNECTING THE WORLD
A Multi-Regional Project
These visitors are invited to the United States under the auspices of the Department of State's International Visitor Leadership Program. Their program is arranged by the World Learning Visitor Exchange Program.
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PROJECT BACKGROUND
The Office of International Visitors created a special project entitled the “IVLP Gold Stars’ Tour: Alumni Connecting the World,” to help celebrate the 50th anniversary of the ongoing partnership between the Department of State’s International Visitor Leadership Program (IVLP) and the National Council for International Visitors (NCIV). For this 2-week project, 18 IVLP alumni were selected from around the world based on significant achievements in their countries or local communities as a direct result of their IVLP experiences. The program opens in Washington, DC, just prior to the NCIV National Meeting—an annual gathering of IVLP program partners and NCIV members that serves as an opportunity to exchange ideas, develop knowledge, and cultivate skills in support of citizen diplomacy and the IVLP. These alumni will play an integral role in the NCIV National Meeting by sharing insights about the impact of their IVLP experience on their work.
Following the Washington DC program, the IVLP alumni will return to communities around the country that were part of their original IVLP programs. These visits will be hosted and arranged by the NCIV members (Councils for International Visitors) in each community. For the final stop on their Gold Star tour, the alumni will regroup in Tampa, Florida, for a leadership summit and farewell activities.
PROJECT OBJECTIVES
The Department of State has outlined the following specific objectives for the project:
· Examine the direct impact the International Visitor Leadership Program has on participants, their communities, and their home countries;
· Raise visibility and celebrate the accomplishments of the NCIV network in its work with the Department of State’s International Visitor Leadership Program;
· Promote ongoing linkages between IVLP alumni and U.S. organizations and professional resources;
· Provide new professional development and networking opportunities for returning IVLP alumni; and
· Celebrate the commemoration of February 16, 2011 as Citizen Diplomacy Day, to be officially declared in 2011.


LIST OF PARTICIPANTS
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Brazil Mr. Humberto ADAMI SANTOS JUNIOR
Ombudsman, National Secretariat of Policies for the Promotion of Race Equality (SEPPIR)

Name: Mr. Humberto ADAMI SANTOS JUNIOR
Present Position: Ombudsman, National Secretariat of Policies for the Promotion of Race Equality (SEPPIR)
Previous Positions: President, Institute for Racial and Environmental Law (IARA), 2003-2009
Partner, Adami Associated Lawyers, 1981-2009
Regional Legal Supervisor, Labor Affairs, Bank of Brazil, Regional Office, Rio de Janeiro, 1986-2001
Lawyer, Bank of Brazil, Regional Offices, Rio de Janeiro and Brasília, 1983-1986
Clerk, Bank of Brazil, 1981-1983
Memberships Founding Director and former President, Brazilian Association of Environmental Lawyers, 1999-2009
Director, Rio de Janeiro Lawyers Union, 1999-2006
Educational Director, National Federation of Lawyers, since 2001
Member of the Committee for Racial Equality, Federal Council of the Brazilian Bar Association, since 2009
Member of the Committee for Environmental Law, Federal Council of the Brazilian Bar Association, 2007-09
Education/Training: Master’s Degree, Urban Law, State University of Rio de Janeiro, 1997
Bachelor’s Degree, Law with a specialization in Labor and Social Welfare Law, University of Brasília, 1980
Address: Email: humbertoadami@gmail.com; humberto.adami@planalto.gov.br
Languages: Portuguese (primary), English, Spanish
U.S. Travel: California, Georgia, Illinois, North Carolina, New York, Oklahoma, Washington, D.C.
Professional Background: Mr. Adami’s work in the fields of ethnic affairs and affirmative action brought him to the United States on the 2001 International Visitor Leadership Program entitled, “Promoting Tolerance: A Global Challenge.” Upon return to Brazil, Mr. Adami initiated an internet discussion group, connecting African-American and African- Brazilian activists, which eventually became a central forum for exchanging information and ideas on fighting racism, promoting tolerance, and legal issues pertaining to affirmative action. In his legal work, Mr. Adami has defended and fought for minority rights, serving as the principal litigator on some of the most crucial cases for affirmative action in higher education, denouncing and working to end institutional racism in several large organizations, including private banks, oil companies, and supermarkets. His civil public inquiry on the non-implementation of the federal law, which establishes that the teaching of the history of Africa and Afro-Brazilian culture is mandatory in Brazilian schools (History of Africa Law), reached all of the Brazil’s 5,400 municipalities. In his current ombudsman role, he has sent inquires on the History of Africa Law as well as affirmative action programs to 1,200 public, private and religious higher education institutions and 250 federal administration organs throughout Brazil .

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HUMBERTO ADAMI lança ABDIAS NOBEL DA PAZ http://youtu.be/gW1ZtOsOQRU

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Entrevista: Há racismo em "As caçadas de Pedrinho"? TV GOB


http://www.gob.org.br/gob/index.php?option=com_content&view=article&id=2709&catid=175

Entrevista: Há racismo em "As caçadas de Pedrinho"?

E-mailImprimirPDF
No dia 13 de Dezembro o Irmão José Eduardo de Miranda realizou entrevista para a TV GOB, com os Irmãos Antônio Gomes da Costa Neto, da A:.R:.L:.S:. Areópago de Brasília nº 3001, e Huberto Adami, da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro. .
. O intuito da entrevista foi transcorrer sobre o livro, “A caçada de Pedrinho”, publicado em 1933 pelo Irmão e escritor Monteiro Lobato, destacando trechos que entraram em discussão sobre a possibilidade de serem racistas, e também, prestando esclarecimento acerca dessas acusações. . Clique aqui para assistir a entrevista na íntegra, através da TVGOB. . (A:JC/R:JA) Assessoria de Comunicação Sec:. Geral de Comunicação e informática




http://app.digitalnet.tv/DigitalNet/canal.aspx?estcod=4&ponpubcod=2&notporcod=484&busca=

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

RACISM BIG IN BRAZIL- NIGEL CLARKE

RACISM BIG IN BRAZIL
Brazil's burgeoning economy, cinema and its anticipated hosting the international Olympic games have placed the country at the center of the world's stage.
Behind the images of racial harmony that are presented in the media Brazil is a country plagued by racism. Historically, the Brazilian slave trade mirrored North America's in cruelty but exceeded it in number.
Click to learn more...
Over 54% of Brazil's current population is African. However, due to statistical manipulation this fact remains unknown to many in North America.
Pan-African activist Abdias Nascimento spoke on this subject, saying, "For a very long time, Brazil manipulated statistics and published a false image based on the whitening ideal. At the same time, it always published the “racial democracy” image of everyone living in harmony…race mixture was to whiten the population. After the abolition of slavery, which brought down the Brazilian Monarchy and ushered in the Republic, the population of Brazilian citizens was suddenly four-fifths Black! The all-white political ruling class was terrified…but it was clear to the politicians that they also needed to bring in European immigrants and encourage race mixture. Lighter-skinned children and grandchildren, white great-grandchildren! The goal was to eliminate Blacks by the year 2012!"
Civil rights attorney Humberto Adami has brought civil class action suits against five of the largest banks in Brazil—out of 70,000 employees in these banks, only 2% of them are Black. The oil company Petrobras has only 4% Blacks in management, while Shell has none. Adami's work has been instrumental in the continued implementation of affirmative action in Brazil, which has been met with a great deal of resistance.
Speaking on affirmative action, Nacimento says, "The white ruling elite simply believes that it has an inherent right to occupy the best and most advantageous places in society, and that Blacks are meant to serve its members. But they will never admit to that. Instead they accuse us of reinventing biological racism."
Afro-Brazilian journalist Angelica Basthi pointed out the difficulties that Blacks face in the media, both in representation and communication, due to its firm control by several European families. Considering this, it has been difficult to raise consciousness amongst Blacks in Brazil.
Despite the psychological obstacles that have oppressed them, there is a sense of Black awareness in the country. Carlos Meideros, the coordinator for Policies to Promote Racial Equality in Rio de Janeiro, notes a number of burgeoning Afro-Brazilian movements in the country saying, "There are currently a number of separate movements; they're not all working together yet, but they are there."
Both Meideros and Adami have expressed interest in working with African Americans within the media and film industries, creating joint projects that will raise Black awareness in Brazil and contribute to Pan-Africanism.
While the world focuses on Brazil, we must focus our attention on its race problems. In doing so, we're not only helping Afro-Brazilians, but also helping ourselves.
Nigel Clarke is a native New Yorker currently living in Rio de Janeiro. He can be contacted at brooklynclarke@gmail.com

domingo, 23 de janeiro de 2011

POR QUE OS NEGROS BRASILEIROS PREFEREM AS LOIRAS? Autor: CARLOS CAVALCANTI Blog de Jota Antunes

NO facebook do Luís Carlos GÁ, bom 'Dino' do Movimento Negro brasileiro, encontrei o artigo "Por que os negros brasileiros preferem as loiras?", DE AUTORIA DE CARLOS CAVALCANTI, publicado no BLOG DE Jota Antunes, que faz uma indagação, e não uma afirmação, com muitas citações e material relevante.
O artigo reúne muito do que foi dito deste interminável assunto e inacabável polêmica.
Em alguns minutos de re-postagem em meu próprio Facebook, e eu mesmo já recebia a reprovação de uma mulher negra admirável, grande amiga, e que acredito que só tenha se ligado mais ao título que ao conteúdo.
Estou repassando o artigo à lista de discriminação racial (discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br) e ao twitter ( http://twitter.com/#!/humbertoadami), sabedor que a polêmica será grande, e que o bem articulado artigo de CLAUDIO CAVACANTI, no blog de Jota Antunes, com a "Nota do Blogueiro" que o acompanha, poderá prestar mais serviço no âmbito dessa lista. Recomendo, contudo, que não se prenda a discussão à casos pessoais, acusações ou listas de patrulhamento, como se viu recentemente, em espetáculo deplorável, que só servirá aos contrários a ação afirmativa e às cotas raciais para negros na universidade e no emprego público, que mais uma vez anunciarão a importação do ódio racial norte-americano; a separação do Brasil em brancos e negros; e a chamada "racialização" (detesto a expressão) de nossa sociedade.
O tema deve ser discutido com calma, tranquilidade e serenidade, o que nos ajudará a todos e todas.
Amplio o foco, ao mencionar as citações, que são meras interpretações, de "abraços à Escravidão e à Liberdade", quando o homem negro abraça a mulher negra e a mulher branca, respectivamente, o que não concordo.
A valer tal pensamento, estariam todos os homens negros brasileiros "doentes", psicologicamente, e grande teria de ser a operação do SUS.
Amplio a discussão, também, para gays e lésbicas, negros e negras, cujos parceiro(a)s são homens e mulheres negras e negras, e que vivenciariam tal fenômeno.
Vamos à discussão, com etiqueta e foco!
Humberto Adami
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Publicado por: JotaAntunes | 5 dezembro 2009

Por que os negros brasileiros preferem as loiras?

3 Votes

Por Carlos Cavalcanti

Fonte:http://ideiasdemilene.blogspot.com/2009/07/negro-com-loira-conto-parte-i.html

A pergunta: o que pode ser pior do que o racismo, no Brasil?

A resposta: a discriminação da mulher acrescida ao racismo.

Por que eles preferem as loiras?

Parece que está virando regra: negro bem- sucedido tem sempre uma loira a tiracolo. Não é um problema só nosso. Muito menos de falta de esclarecimento. Basta lembrar de algumas frases do líder negro norte-americano Eldridge Cleaver, em sua autobiografia Alma no Exílio.

“…Não existe amor entre um homem negro e uma mulher negra. Eu, por exemplo, amo as mulheres brancas e odeio as negras. Está dentro de mim, tão profundo que já não tento mais arrancar.”
“Todas as vezes que eu abraço uma mulher negra, estou abraçando a escravidão, e quando envolvo em meus braços uma mulher branca, bem… estou apertando a liberdade.”

O livro foi escrito nos anos 70 e hoje, às portas do Terceiro Milênio, homens negros, no todo ou em parte, concordam com sua análise: “É, sem dúvida, uma comparação interessante, porque o branco representa realmente essa grandeza. Acho que sempre relacionei a mulher negra ao retrocesso”, confessa D.P., administrador de empresas negro, bem-sucedido, quarentão, que só aceitou falar sobre o assunto desde que fosse preservada sua identidade. Motivo? “Não consigo ter um papo-cabeça, inteligente, com a minha mulher. Nunca conversamos sobre isso, apesar de estarmos casados a 22 anos e termos dois filhos.”

D.P. até fez uma reflexão: “Se eu encontrasse uma negra na faculdade, será que eu me casaria com ela?” Ele mesmo responde: “Não. Minha esposa não tem curso superior, é baixa, gorda e tem barriga”. Mas é branca.
“…Não serei livre enquanto não puder ter uma mulher branca em minha cama…”

Esta outra frase do texto de Cleaver bate fundo em D.P. Para ele, essa é a verdade crua, pelo menos no seu caso: “Eu não queria ser do samba, da zona leste, onde nasci. Eu queria um ambiente não negro, e vi na mulher branca a porta de saída para um mundo melhor. Além disso, tinha que mostrar que poderia ter quantas mulheres brancas quisesse. Na juventude, fui rejeitado pela família de muitas namoradas”.

Ana Lúcia Valente, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, pós-doutorada em Antropologia, faz esta avaliação do problema: “Quando o homem negro tem o domínio sobre uma mulher branca ele reafirma sua masculinidade. É a reatualização da prática racista -’eu domino essa branca’”.

O negro Joel Rufino dos Santos, historiador que esteve à frente da Fundação Palmares, do Ministério da Cultura, confessa: “Toda a ânsia de ascensão do negro talvez tenha por objetivo ser o branco, e ele só o alcança – ou julga alcançar – quando enfim possui sexualmente a branca”.

“Com uma loira dessas… ele deve ser muito bom de cama” – À pergunta, feita sem rodeios, por que os homens negros preferem as loiras?, Antônio Campos, diretor do Guia do Círculo Negro, reagiu com indignação: “Como preferem?! Não tem preferência. Não importa se é preta, branca, amarela, japonesa. Se o cara é da periferia e nunca teve acesso a uma mulher clara, existe a curiosidade, o oposto atrai. Mas isso não vale para a totalidade dos homens negros.

Namorar, casar, tem a ver com a química, a paquera, o jeito, o olhar. Eu acho que o emocional não tem cor”.
Outro administrador de empresas, Cleto Peppe, dono do Dorment’s Bar, reforça a idéia: “Não é uma questão de preferência, é uma questão de coincidência”.

O psicólogo negro Sérgio Ferreira da Silva não concorda. Segundo ele, “os homens negros preferem as loiras por medo de perpetuar a raça. Quando você olha o negro, vê o sujo, o piche, o macaco. É o que ele vive quando criança na escola e traz para a vida adulta. Aí, quando ele pensa em casar, sai em busca da mulher branca como objeto de negação da própria cor”.

Cleto Peppe discorda. Para ele, negro que diz sofrer ou ter sofrido preconceito é porque se considera inferior, tem complexo. Um exemplo? Ele próprio. “Todo mundo encara normalmente o fato de eu andar com mulheres brancas”, diz com a maior naturalidade.

A antropóloga Ana Lúcia Valente, em seu livro Ser Negro no Brasil Hoje, da Editora Moderna, lembra uma vez em que, conversando com amigos num bar, viu entrar um casal, ele negro, ela loiríssima: “Imediatamente o bar foi tomado por um silêncio constrangedor. Todas as atenções voltaram-se para esse casal. Passado o primeiro momento, ouvi comentários de mesas próximas:
‘Ele deve ser rico! Senão, não conseguiria sair com uma loira dessas!’
‘Qual o interesse que uma loira pode ter por um negro? Ela deve estar numa pior…’
‘Esse cara deve ser muito bom de cama…’”.

Com 30 anos de praia, como diz, e 46 anos de idade, Antônio Campos também não tem dúvidas quanto à visibilidade negativa que a mulher branca dá ao homem negro: “Quando você está com uma branca do lado, todo mundo quer saber o que ela viu em você”.

“Ela pode ser pobre, feia e gorda. Mas é branca”
No geral, o homem negro não costuma ser seletivo na hora de escolher a mulher branca: pode ser pobre, feia, caindo aos pedaços. “Tenho um amigo que apanha da mulher. Ela faz dele gato-sapato e eu acho que ele aceita tudo só porque ela é branca. Isso é inadmissível. Tem cara que pega o kit completo – filho, dívidas, família… – só para ter uma branca do lado.

Muitos homens negros não vêem nenhuma necessidade de “dourar” a pílula para justificar sua preferência pelas mulheres loiras. O historiador Joel Rufino dos Santos, por exemplo, no livro Atrás do Muro da Noite – Dinâmica das Culturas Afro-brasileiras, da Fundação Palmares, em seu último capítulo, não teve o menor pudor de transformar todas as mulheres do mundo em coisas, em objetos de maior ou menor valor. E tudo isso para esclarecer o porquê de os negros bem-sucedidos arranjarem uma branca, e de preferência loira.

Ele escreveu: “A parte mais óbvia da explicação é que a branca é mais bonita que a negra, e quem prospera troca automaticamente de carro. Quem me conheceu dirigindo um Fusca e hoje me vê de Monza tem certeza de que já não sou um pé-rapado: o carro, como a mulher, é um signo”.

A comparação, embora machista, cruel e desumana, é um fato. “Na sociedade machista, a mulher é vista, sim, como um objeto de consumo. E objetos de consumo conferem status e poder a quem os adquire”, confirma a historiadora Maria Aparecida da Silva, do Geledés.
Na estrutura social e econômica brasileira, o homem negro está abaixo da mulher branca quando o assunto é trabalho assalariado. Então, para ele, o caminho possível de ascensão é a conquista de um “objeto” de valor do homem branco.

“São as loiras que preferem os homens negros”
Menos razão, mais emoção, o instrutor esportivo Cristiano dos Santos, 26 anos, casado há cinco meses com uma loira, também faz parte dos que acreditam que essa escolha, segundo seus padrões, tem motivos óbvios: “Elas são mais bonitas, mais sedutoras, mais cultas”.

Cristiano é carioca, mora em Dourados (MS) e comenta que conversa muito sobre o assunto com seus amigos, a maioria casada com mulheres brancas: “Nós conversamos muito sobre isso porque sentimos na pele a discriminação. Já entrei em parafuso por causa disso. Mas, hoje, não ligo mais, apesar de todo mundo dizer que eu casei com a minha esposa porque ela é branca, formada em Psicologia, e porque a família dela tem grana. Não passa pela cabeça das pessoas que foi o amor que nos uniu”.

“Aliviando” a consciência do homem negro, existe um outro fator a ser considerado quando o assunto se refere a relações mistas. E é mais uma vez Antônio Campos quem diz: “A verdade é que são as mulheres brancas que preferem os homens negros. Desde – é claro – que eles tenham algo a oferecer”.

“Este é o ponto” – confirma a antropóloga Ana Lúcia. “Eles preferem as loiras, mas a recíproca é verdadeira. Elas também preferem os negros. E isso só vem reafirmar a ambigüidade das relações raciais no Brasil. Daí casais mistos incomodarem tanto as pessoas. A loira ao lado do negro, de alguma maneira, mostra que não é racista. Ela vai para a cama com ele, tem filhos com ele. Quer dizer, põe abaixo a bandeira do racismo. Agora, se o relacionamento entre os dois não der certo, se o negro deixar a loira por qualquer outra mulher, ela pode assumir o discurso de que ‘negro, quando não faz na entrada, faz na saída’ ou, ainda, ‘bem que me avisaram…’ etc., etc.”

Na análise de Sérgio Ferreira, psicólogo, o negro fecha a porta da afetividade para a mulher negra porque para ele aceitá-la vai ter de se identificar consigo mesmo.

No entender de Sueli Carneiro, do Geledés – Instituto da Mulher Negra -, “para homens e mulheres negros engajados e comprometidos com a mudança das relações raciais e sociais no Brasil e no mundo, seus parceiros, quando brancos, não são objetos de consumo, símbolo de status nem garantia de mobilidade social: são companheiros e companheiras, seres humanos, que não simbolizam êxito, mas a possibilidade do encontro, da solidariedade, do amor entre grupos étnicos e raciais diferentes”.

O ruim nas relações mistas é que, muitas vezes, os negros não conseguem mais manter sua identidade.
Negro bem-sucedido + Mulher loira
Não é preciso puxar muito pela memória para buscar exemplos da já clássica fórmula: “negro bem- sucedido + mulher loira”.

É só correr os olhos pelos campos de futebol ou pelos palcos. O ex-ministro Pelé, para quem não se lembra, foi namorado da Xuxa.

A lista tem, entre outros, os corintianos Gilmar e Marcelinho Carioca e o mais emblemático de todos os casos: Ronaldinho, o noivo de Suzana Werner. Entre os grupos de pagode, quem não pensa em Alexandre Pires e Carla Perez?

Como lembra o psicólogo Sérgio Ferreira: “Os homens negros de sucesso não têm a questão econômica, mas têm a questão concreta da cor, ou seja, por mais que eles tenham dinheiro, não conseguem se livrar da cor negra. Ele busca na loira o seu lado branco”.

Para Sueli Carneiro, do Geledés, “qualquer homem negro no Brasil, por mais famoso que seja, ou por maior mobilidade social que tenha experimentado, não tem poder real, se “bem-sucedidos” individualmente servem apenas para legitimar o mito da democracia racial”. “O homem negro”, diz ela, “utiliza a mulher branca como emblema ou garantia de seu sucesso.”

Por :TANIA REGINA PINTO
Revista Raça

Fonte: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/02/274659.shtml