quinta-feira, 20 de novembro de 2014

SINDICATO REFORÇA A LUTA CONTRA O PRECONCEITO RACIAL​



Comemorado em 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra é marcado pela luta contra o preconceito racial perante a sociedade. “É um momento de reflexão, de enfatizar o respeito, além de discutir e trabalhar para conscientizar as pessoas da importância da raça negra na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país”, destaca o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.

Com esse objetivo, o Sindicato promove o “Bancários Debatem: A negra e o negro na conjuntura atual” no próximo dia 26, às 19h, no auditório Tom Jobim da Legião da Boa Vontade (916 Sul). Serão debatidos os temas ‘O negro na conjuntura política, econômica e social’; ‘O negro no sistema financeiro’; ‘A Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil’, do Conselho Federal da OAB; ‘Reparação da Escravidão: caminhos e possibilidades’.

Os debatedores são o advogado Humberto Adami Júnior, diretor do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental e vice-presidente da Comissão Nacional da Igualdade do Conselho Federal da OAB; Veridiano de Brito, secretário de Estado da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial do DF; Francisco Matos, do MNU/DF; e a bancária e deputada federal Erika Kokay (PT-DF), integrante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

“O Sindicato sempre foi protagonista nos debates com a sociedade em geral e o combate ao preconceito e à discriminação racial é um capítulo importante na história das lutas dos bancários”, ressalta o coordenador da Comissão de Combate à Discriminação Racial do Sindicato, Jeferson Meira, que irá mediar o debate.

Igualdade racial
A importância de conquistar igualdade racial é uma luta permanente do movimento sindical, que rejeita o quadro de desigualdades entre brancos e negros no setor financeiro, mais uma vez verificadas, agora no II Censo da Diversidade, divulgado pela Febraban no dia 3 de novembro. Os bancários cobram dos bancos um plano de ação para corrigir as distorções, reforçando a campanha permanente ‘Basta de racismo no trabalho e na vida’.
Embora ainda estejam sendo analisados, dados do II Censo da Diversidade comprovam que os negros continuam sendo vítimas do racismo nos bancos e da carência de políticas afirmativas para garantir igualdade na contratação, na remuneração e na ascensão profissional.

O Censo, que contou com a participação de 187.411 bancários, de 18 instituições financeiras, representando 40,8% da categoria, revela que, apesar de confirmadas várias discriminações nos bancos, houve avanço no número de negros no setor bancário. Na primeira pesquisa, realizada em 2008, eram 19% de negros. Agora, os funcionários que se auto definiram foram 27% dos entrevistados.

A diferença de renda média mensal entre negros e brancos continua acentuada nos bancos. Essa diferença foi reduzida de 15,9% para 12,7% entre 2008 e 2014. Porém, se forem observadas as regiões do país, verifica-se uma distorção ainda maior nos rendimentos, quando a diferença chega a 18,8% na região Sudeste.

História de sofrimento

O Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, em 1695, foi instituído para lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização no Brasil, tentando garantir seus direitos sociais.

Nascido no ano de 1655, livre, já no Quilombo que faz alusão ao seu próprio nome (Palmares), Zumbi foi um dos, senão o principal ícone da resistência negra ao trabalho escravo no período do Brasil Colônia. Com quase seis anos de idade, fora capturado em um dos ataques das tropas da colônia ao quilombo, sendo entregue a um missionário português, que o batizou com o nome ‘Francisco’ Zumbi. Aos 15 anos de idade, Zumbi consegue fugir e retorna aos Palmares, substituindo, mais tarde, devido ao seu grande destaque como estrategista e líder, o seu tio então falecido Ganga Zumba.

Em sua liderança ou reinado, como os próprios quilombolas lhe atribuíam o título de rei, conduziu o Quilombo dos Palmares ao seu apogeu militar, econômico, territorial e social, liderando os guerreiros em enfrentamentos com surpreendentes estratégias militares e táticas de guerrilha.

Cotas para negros

Hoje, várias leis defendem os direitos sociais dos negros, como a de cotas nas universidades, pois acredita-se que, em razão dos negros terem sido marginalizados após o período de escravidão, não conseguiram conquistar os mesmos espaços de trabalho que o homem branco.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília

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